Um brinde ao Vale do São Francisco, que recebeu o registro de Indicação Geográfica de vinhos tropicais

por Paula Ary

04/11/2022

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Um momento histórico para a vitivinicultura já que o Vale do São Francisco recebeu o registro de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP) para vinhos finos, nobres, espumantes naturais e moscatel espumante. O registro foi publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI) nº 2.704 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na última terça-feira, dia 1° de novembro.

 

A área de produção dos vinhos compreende cinco municípios localizados em dois estados do Nordeste: Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco; e Casa Nova e Curaçá, na Bahia. “Uma vitória muito esperada e merecida para a cultura do vinho!”, comemora o deputado estadual Eduardo Salles, um incentivador do segmento, desde que era secretário estadual de Agricultura.

 

E como representante de Curaçá, esse reconhecimento através do selo IG, tem um “gostinho ainda mais especial”, complementa o parlamentar. Esse reconhecimento oficial da Indicação de Procedência Vale do São Francisco para vinhos é resultado de um trabalho articulado entre produtores, universidades e instituições públicas de pesquisa. Para que assim tenha sido possível chegar no resultado que valoriza os produtos típicos de uma região do país, como aconteceu há 20 anos com a região do Vale dos Vinhedos.

 

É válido ressaltar a contribuição da Embrapa Uva e Vinho na condução dos estudos técnicos junto a outras instituições parceiras, como a Vinhovasf e Embrapa Semiárido.  O registro é um evento de interesse mundial pois esta é a primeira região de vinhos tropicais do mundo a reconhecer uma Indicação Geográfica com altos padrões de exigência da produção, assemelhados às IGs dos países da União Europeia.

 

Do ponto de vista dos vinhos do Vale do São Francisco, agora eles poderão ampliar sua diferenciação por origem e qualidade, sob a tutela de controle dos produtores. Para os consumidores será uma oportunidade de encontrar vinhos genuínos e típicos da região semiárida.  A expectativa é que a IG amplie não somente a visibilidade da região no mercado interno e internacional, como também estimule novos investimentos que irão ampliar a capacidade competitiva da produção. “Isso vai trazer um impacto bastante positivo para a economia, fortalecida não somente pela produção vitivinícola, como também pela ampliação do enoturismo, com estímulo a novos investimentos, com alcance sobre a infraestrutura da região”, complementa Salles.

 

Entendendo a Indicação Geográfica e sua importância

 

Iniciada em 1960, a atual área delimitada do Vale do São Francisco originou-se com a organização da produção agrícola irrigada da região. A irrigação permitiu que as terras com caatinga, até então consideradas improdutivas, se tornassem áreas verdes ao longo das margens de beira-rio. As videiras cultivadas na região são ligadas diretamente ao Rio São Francisco e desfrutam de uma região com características únicas no mundo. Com estas concessões, o Brasil possui agora 105 registros de Indicação Geográfica, sendo 72 Indicações de Procedência (todas nacionais) e 32 Denominações de Origem (23 nacionais e nove estrangeiras). A Indicação Geográfica é um instrumento de reconhecimento da origem geográfica, conferida a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, que detêm valor intrínseco, identidade própria, o que os distingue dos similares disponíveis no mercado. Sendo assim, é hora de tomar um bom vinho tropical para celebrar essa conquista!

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